A vida não foi grande, mas foi tudo que vivi
Foi intenso. Saudades? Algumas, se tanto
Não reclamo, apesar de que nas minhas lidas
Tive gozos, amores e porres de desencanto
Recordar para mim, é reler páginas já lidas
De um livro que nada mais me me desperta
Como a foto sombria, de um lago seco
Um recolher do choro contido, sem pranto
Voltar na estrada, sei que não mais posso
Até porque se perderam dos meus olhos
A saudade é a agua de uma fonte morta
Agora desfigurada numa paisagem triste
Pesar? Não, tudo aceito sem lamentos
Afinal, a minha vida, desperdicei como quis
A alma, incorrigível, procura por ressureição
Na esperança inútil de se refazer e ser feliz!
A verdade é que na existência tudo passa
Nós somos as nuvens, do céu que alteramos
Um espelho, a nos revelar, tardiamente
Que a vida acontece somente, quando amamos!