Notívago
Ironia, talvez
Prefiro pensar
Que não foi por acaso
Quando à noite me deu a luz
Não vejo trevas
Mas energia
Que me guia e conduz
Por esta estrada
Onde piso há algum tempo
E hei de seguir
Até o futuro
Sem perder o andar
O que me cativa
Não é o breu
Que a alguns apavora
Tampouco o silêncio
Por vezes insano
Mas a noite que traz o frescor
Para o corpo, para a alma
Me alimenta
Nela os pensamentos afloram
Os sentimentos transbordam
A vontade de lutar
De conquistar
De amar
De viver
Mostro quem sou
Ou, quem quero ser
Eu sei
É com o sol
Que as flores desabrocham
Mas é à noite
Que o orvalho as sacia a sede
E a lua as faz crecer
Difícil entender
Boêmio, não sou
Apenas um poeta
Que alimenta-se de estrelas
Um notívago sonhador
Alex Dahlke