PRISIONEIRO
PRISIONEIRO (13/jul/05)
Liberta-me escala cadeia fechada
Prisão fria, fétida, grilhão que me cala
Como torniquete, reprime este fluxo
Que irrompe raivoso, atropelando a fala
Qual força das águas que se dá ao luxo
De destruir a vida que há pouco criara
Clemência te peço, ó rígida métrica
Que tudo compara, a seu próprio critério
Descansa esta mente, dá-lhe um refrigério
Permite algo lírico, destrói tua estética
Quem sabe o amor se sinta mais livre
Prá com despudor, propor novo alvitre
Ah se o compromisso que me prende à rima
Não fosse perverso, como tanto sinto
Talvez, enlevado pelo absinto
Pudesse buscar uma nova razão
Mas, qual paixão louca e desenfreada
Volto em correria solta, estabanada
Ao lugar que apraz este coração