PRISIONEIRO

PRISIONEIRO (13/jul/05)

Liberta-me escala cadeia fechada

Prisão fria, fétida, grilhão que me cala

Como torniquete, reprime este fluxo

Que irrompe raivoso, atropelando a fala

Qual força das águas que se dá ao luxo

De destruir a vida que há pouco criara

Clemência te peço, ó rígida métrica

Que tudo compara, a seu próprio critério

Descansa esta mente, dá-lhe um refrigério

Permite algo lírico, destrói tua estética

Quem sabe o amor se sinta mais livre

Prá com despudor, propor novo alvitre

Ah se o compromisso que me prende à rima

Não fosse perverso, como tanto sinto

Talvez, enlevado pelo absinto

Pudesse buscar uma nova razão

Mas, qual paixão louca e desenfreada

Volto em correria solta, estabanada

Ao lugar que apraz este coração

Stelo Queiroga
Enviado por Stelo Queiroga em 25/10/2013
Reeditado em 13/06/2014
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