TODO ESSE ÓCIO
Todo gripado olhando tudo
O que acontece ao seu lado...
Sem saber ao certo
O que é certo e o que é errado.
Criticar tudo é melhor que ser vítima
Ou mesmo vitimado,
Nesse sonho lindo em que nada parece
Como antes ao seu lado...
Escrevo desvairadamente
Enquanto tu limpas os dentes
Depois de um banquete roubado do povo
Que nada fala
Vive na vala
Ou mesmo na favela
Sem nada na panela
E tu ainda és feliz com isso...
Escrevo mesmo para denunciar
Que tu que vives a bailar
Em festas de arrebentar
Com dinheiro roubado do povo
Seja por tu mesmo
Ou pelo teu passado
Tão sujo, mas engomado
Com o dinheiro roubado
E ainda pensas que não tens pecado
Nesse (i)mundo tão danado
Que nada tem de engraçado
Por isso denuncio tudo
Para todos os lados
Para assim eu poder dormir sossegado.
Escrevo como quem chora no escuro
E quase ninguém vê
Escrevo para denunciar as babaquices da TV
Pois não admito tudo o que está aí
Como se fosse tão natural,
Uma vez que a propagando é a alma do negócio
E todo esse ócio
Precisa ter um ponto final.
É preciso que as pessoas que pensam
Passem a pensar de verdade
Contra a fragilidade televisiva
Que é muito massiva
E acaba como os poucos neurônios
Que ainda existem nas cabeças das pessoas.
Essas pessoas precisam voltar a pensar...
Aires José Pereira é poeta por gosto e por pirraça que acredita nas palavras transformadoras de homens e de espaço, possui 12 livros publicados. É coautor do Hino Oficial de Rondonópolis, Licenciado e Especialista em Geografia pela UFMT, Mestre em Planejamento Urbano pela UnB, Doutor em Geografia na UFU, professor da UFT em Araguaína e membro da ACALANTO – Academia de Letras de Araguaína e Norte tocantinense. Pesquisador do NURBA.