Quartografia.

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Personagem de mim mesma,

auto psico grafada...

Vida virada... que é só reverso.

Porque poetas gostam de falar de si mesmos

e também dos outros que moram consigo.

São excelentes expectadores das suas próprias narrativas.

Mesmo não sendo deles a palavra abocanhada de si.

Se o coração é oco a cabeça entoa...

Mas meu coração de poeta é traço no mundo,

porque afinal eu nunca me chamei Raimundo.

Mas se ele me chama: Vem pra festa! Eu não vou...

Quero ficar só de quarto, virada da lua,

consumida de meus bens imprescindíveis:

Amor, poesia e café... Ele me diz: Olha o sol! A natureza chama!

Eu sou da noite feito um lobo sorrateiro esperando espreitas,

não tenho nenhuma natureza, faço parte e sou causa,

minha sede de vida é uma vampira que assombra,

minhas viagens noturnas, minha vida submarina se esvai,

fluindo aqui, ali, em novos versos ocasionais.

Patrícia Porto

Patricia_Porto
Enviado por Patricia_Porto em 17/10/2013
Reeditado em 17/10/2013
Código do texto: T4528989
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