Delírio poético
Quem dera eu fosse um bom arauto da alegria
Pois a mim já conforta alguns pingos de poesia
Minha trajetória?
Está longe demais da glória!
Repara,
Que tem algo de rara!
Vivo disperso,
Em quimeras imerso,
Ouço do meu e de outros corações
Palpitações
Quero sarar qualquer dor
Se preciso for!
Quem sabe essa emotividade
Mitigará minha insanidade...
Saiba amigo
Não ignoro o perigo
Cuidado também tu com o que dissete, com o que fizeste.
Acaricia a tua lembrança de um tempo bom de criança
Eu inda revejo antigos lugares
E cores soturnas de outros luares
Lembro de passarinhos
Planando seus caminhos
De chuvas a pingar
Gotas de musicar.
Esse meu martírio!
Será somente um delírio?
Não sei, vou assim,
Sem pensar no fim
Nem no que há além da minha janela!
Se um sorriso de menina moça
Ou uma pobre aquarela?
Talvez seja assim,
O meu, o seu fim,
Uma expectativa,
Viva
Como de sonho
Bisonho?
Ou um esplendor
de algum belo e puro amor!
Seja como for,
Nada, me inspira terror,
Mas pressinto amigo,
Um grave, um grande e iminente perigo.