SÓ O AMOR
Não quero decorar.
Quem decora corre o risco de esquecer.
Quem aprende, lembra, fica esperta.
É como se fosse um andar de bicicleta.
Que do cair aprende-se a desaprender.
Não quero analisar.
Quem analisa grande chance tem de errar.
E pode o mesmo erro calhar de cometer.
Quero ser empatia e os papéis inverter.
Tarefa difícil, mas que não custa tentar.
Não quero julgar.
Quem julga, mais condena do que absolve.
E já é o bastante ser réu da própria sombra.
Muito é justo que se colhe ao que se planta.
Mas só o amor, a vergonha alheia, encobre.