A bela velhice
O meu corpo é de senhora.
Hoje já não é mais de menina,
Não me vejo como antes.
Sou alguém quase visível.
Tenho corpo de senhora,
Mas a alma de menina.
Sou serena como um anjo,
Entre sombras me aventuro.
Experimento á fazer versos
Na serena, bela,
Majestosa “velhice.”
Quem, procuro, não responde.
O presente de mim despede
Dá adeus, de forma serena.
Numa simples despedida.
O futuro toma forma.
E de longe me acena
Sobre o qual
Se abre a porta
Na pálida e morta memória.
Os meus olhos refulgentes
Namoram simplesmente... A aurora.
Gemem os lábios trêmulos
Nas douradas plumas do “vale.”
O meu tempo se dissolve
Para a porta, do paraíso.
Sem querer deixo saudade
Deste tempo que aproxima.
Onde o bem da existência,
Deu lugar a “uma” ausência.
A fragrância, de uma rosa.
O amor de uma estrela
Deu lugar a saudade
Nas tranquilas, lágrimas, que rolam.
Neire Luiza Couto
20/09/13