A bela velhice

O meu corpo é de senhora.

Hoje já não é mais de menina,

Não me vejo como antes.

Sou alguém quase visível.

Tenho corpo de senhora,

Mas a alma de menina.

Sou serena como um anjo,

Entre sombras me aventuro.

Experimento á fazer versos

Na serena, bela,

Majestosa “velhice.”

Quem, procuro, não responde.

O presente de mim despede

Dá adeus, de forma serena.

Numa simples despedida.

O futuro toma forma.

E de longe me acena

Sobre o qual

Se abre a porta

Na pálida e morta memória.

Os meus olhos refulgentes

Namoram simplesmente... A aurora.

Gemem os lábios trêmulos

Nas douradas plumas do “vale.”

O meu tempo se dissolve

Para a porta, do paraíso.

Sem querer deixo saudade

Deste tempo que aproxima.

Onde o bem da existência,

Deu lugar a “uma” ausência.

A fragrância, de uma rosa.

O amor de uma estrela

Deu lugar a saudade

Nas tranquilas, lágrimas, que rolam.

Neire Luiza Couto

20/09/13

Neire Lú
Enviado por Neire Lú em 24/09/2013
Reeditado em 24/09/2013
Código do texto: T4496597
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