Eu e a viola
Trinta e dois anos cantei
Por todo sertão carente
Ao som da viola bela
Cantei sublime repente
Traduzindo sentimento
Da nossa querida gente
Hoje bem longe do povo
Eu sinto imensa saudade
Dos lugares que cantei
Com tanta sinceridade
Fazendo versos bonitos
E muito mais amizade
Do cenário da viola
Eu tenho recordação
Das cantorias que fiz
Dos casebres do sertão
Para o sertanejo amigo
Gente do meu coração
No sertão fui acolhido
Pela nossa gente boa
Eu cultivava o respeito
Para cantar minha loa
Sendo também respeitado
Por quase toda pessoa
Neste cenário poético
Eu fui bastante feliz
Cantando pro camponês
Descrevendo seus perfis
E criticando as misérias
Deste nefando país.
Eu não consigo esquecer
o meu sertão nordestino
proscenio que me prendeu
desde o tempo d emenino
para eu cantar de improviso
a vida do campesino
poema de Antonio Agostinho, ex-repentista e hoje homem dedicado às letras.