PROFISSÃO DE FÉ
Não quero mais o verso ignaro
A palavra chula não adestro
Quero a polidez do verso raro
Quero a simplicidade como estro
Quero transcender o comum
Mas sem ser pedante
Não quero apenas ser mais um
Quero o verso triunfante
Por isso hei de ser paciente
Quero a inspiração mais profícua
Tornar o coração resiliente
Fazer a alma menos inócua
Que a pena entre os dedos
Cumpridora do seu dever
Possa produzir belos vinhedos
No ébrio ofício de escrever