Ode ao bigode
Logo pela manhã
O vento sacode
O pé de romã
E o bigode
Que o sopro traga bons halitos
(que não sejam de bode)
Sussurre o dito e o não dito
O que pode e o que não pode
Tudo é um ajuntamento de conceitos
Nebulosas, estrela velha que explode
Tudo está correto dentro de seus defeitos
Atrás do bigode
Há um homem curvo e lento
E mesmo que o tempo enlode
Ele sabe que a vida é um tento
E fugir dela é o que não pode
O prosseguir é uma ordem inconteste
É deixar que a Terra rode
Até o fim dos dias que ainda te reste
“...o homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.”
Seus dias ele açode
Até renascer no seu leito de morte