DESCULPE-ME O POETA

Prefiro a vida do romance que machuca,
à ficção da poesia que conforta.
Prefiro o romantismo e suas marcas profundas,
às farsas e seus afagos poéticos.
Prefiro a verdade poética do romântico,
à ilusão romântica do poeta.

Prefiro o segundo do romance sem tempo,
à eternidade da poesia sem fim.
Prefiro o cinza do romance imperfeito,
à cor da poesia sem defeito.
Prefiro a triste lembrança do romance,
à feliz imaginação da poesia.

Prefiro o calor de um abraço mudo, 
à palavras em folhas frias!