NO BANCO DA PRAÇA
Cai a noite escura e a madrugada emergindo
O frio intenso ressaindo, não me deixa sossegar.
Os meus sonhos na escuridão vão se sumindo
E no novo dia, desistindo, não saberei onde estar.
Na praça, ainda pela manhã,vou pedindo,
Mãos espalmadas vão surgindo para abendiçoar.
E no corre-corre as pessoas vão se indo, escapulindo
E às vezes deixam uma moeda para me acalentar.
Já não vou como outrora iria; alegre, sorrindo.
Todo dia! O dia todo é muito triste meu penar.
Cada dia pouco a pouco, na agonia, desistindo.
Para que lutar? Para que buscar? Devo batalhar!
Se direitos não tenho logo me dizem: vá partindo,
Vá saindo, vá sumindo, vai procurar outro lugar.
Meu coração espantadiço, ressentido vai sentindo.
Para aonde vou, onde deverei repousar?