INDELÉVEL

O pedalinho solitário navega sobre

as tormentas do lago coberto de folhas.

A águia de olhar atroz prepara ninho no penhasco

e na água límpida passeia leve o albatroz.

Formigas operárias sobrecarregadas

deslizam sobre a relva do inconformismo.

Sons se misturam nas páginas cruas

e constroem músicas vívidas no céu.

O misterioso perfeccionismo imperfeito

detém a fúria do criativismo libertário.

Eu deixo cada dia partir e regressar

sobre meu horizonte de conflitações.

Tudo o que me põe em expectação

são as brisas do outono e folhas caídas

sobre o chão do teu abrigo.

Já é tarde, demasiado, para aqueles

que desejaram as uvas do paraíso...

NivaldoRibeiro
Enviado por NivaldoRibeiro em 12/09/2013
Reeditado em 04/11/2015
Código do texto: T4478996
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