Tristeza

Em cada canto, um lamento.

Em cada lembrança, uma decepção.

Em cada passo, uma espera.

Em cada noite, uma insônia.

E assim, vão passando aos saltos,

Esses tumultuados dias de fim de inverno.

Olho para as mãos, os dedos em riste,

Parecem apontar espaços inexistentes.

Como são impávidos os minutos,

Se arrastam lentamente, que nem os percebo,

E só vão, não voltam, se esgotam como fumaça,

Depois deixam lágrimas, que escorrem em valas.

Se o peito arde, é porque suspiro muito,

E esse coração de lata que ainda não aprendeu o ritmo,

E esses cabelos grisalhos que tendem ao desalinho,

Como manter a serenidade no meu jugo ?

Como ser manso e pacífico ?

Se os fantasmas ainda exibem sua toga noite adentro...

Rog - 25-8-2013 - Rio de Janeiro