DITA DOR

Nos calabouços...mordaças

De um batalhão insolente

Cometem crimes e trapaças

Em exilados indigentes.

Em tribunais camuflados

Vírus de calamidade

Usam armas, andam fardados

Transpirando ódio, expirando dor

e só transmitem maldade.

E aos que pensam que hoje, ditadores já não ditam,

Eis aí o seu legado...

Nos gases lacrimogênios e bombas de efeito moral,

Que imoralmente contra o povo são jogados.

Pois essa herança será sempre maldita

Enquanto o podre estiver no poder,

E a autoridade que me agride

É a mesma que eu pago, para me defender.

E eis que os filhos do silêncio

Receberão de favor

Uma indenização como prêmio

Dos algozes do terror.

Mas será que dinheiro paga???

E a honra que foi tirada?

Quanto vale a vergonha e a revolta,

Dos que viram a partida de seu ente querido,

E nunca verão sua volta.

LUIZ AUGUSTO DA COSTA