Manhãs cinzentas
As manhãs cinzentas tomam de assalto o coração,
Aquele frio conjugado com a neblina espessa,
Arrebata os sentimentos que borbulham internamente.
E sob as intrépidas sensações,
Somos impelidos a refletir, erigidos com a égide.
De nossas próprias convicções.
E esta atmosfera ardente, fervilhante,
Nos empurra tenazmente para o abismo,
Da transcendência lúcida,
Ou de uma sã loucura.
Ser senhor do próprio pensamento,
Pode parecer notoriamente fácil,
Uma tarefa deveras alcançável.
Entretanto nem sempre se configura,
Sob este prisma translúcido.
E alojados em nossas próprias prisões,
Tentamos discernir o real do irreal,
O extraordinário do racional,
E em meio a este intrincado arcabouço,
Vivemos,
Embebidos em antagonismos que nos dilaceram.