Segredos Translúcidos
As verdades dos sonhos de cada um.
Crenças particulares, ocultas aos olhos alheios.
Como que segredos guardados no ouvido do tempo,
São enigmas, quebra-cabeças sem conexão.
Vozes dissimuladas que só falam no silêncio.
Destinos jogados no tampo onde estão as cartas do tarô.
Conflitos ou encontros, daí haver trevas ou luzes,
A constituir retalhos do passado no ainda presente.
São pedaços que ao se unir haverão de ser um.
Célula primeva de uma criação qualquer da mente,
Uma dinâmica que produzirá um embrião de vida.
Será fugaz surgimento, filho da razão e do sentir.
E haverá de nascer em momento inesperado,
Causando surpresa, despertando tolos interesses.
Quem sabe alguma curiosidade, ou desprezo total.
Flor que aflora em botão no eclodir da semente.
E então palavras surgem a partir de uma boca.
Viajam pela garganta, pousam na língua,
Para depois fugirem dos dentes e verem-se em sons.
E então a chave para abrir o que estava fechado.
E assim brota a vida, renasce com o sol da manhã.
É o vento que acaricia a epiderme, que reage tesa.
E o dia correrá lépido e as horas se ultrapassarão,
Até que a noite brinde com novos perfumes lunares.
E no eclodir do existir, primaveras e outonos.
Janeiros e dezembros, começos e novos fins,
Onde folhas cansadas darão lugar a outras novas.
E o restrito haverá de tornar-se sublimado.
E o segredo, descoberto, se fingirá de oculto,
Pois mesmo existindo só será visto
pelos olhos d’alma.