No Berço da Agressividade
 
 
O incômodo de oculta agressividade
querendo arrombar as portas do coração.
O medo de ter medo, o temor da loucura,
o mergulho nas trevas de si.
 
As ideias acelerados, o cérebro exausto,
a razão abatida, a vontade tirânica.
Os músculos retesados, o ar roubado,
a respiração arfante, delírio do corpo.
 
Dores do corpo suplantariam dores da alma?
Impotente e possuidor de chicotear a fera.
Domador de si, acoites da moral,
a estética dos impulsos, o perigo de ser.
 
Luta solitária, batalhas íntimas,
dores ocultas, o risco de morte.
Então, morrer em luta, não desistir.
Fugir ou enfrentar, a opção por defender-se.
 
Sem desejo de ser vítima,
não querendo ser o algoz.
Lutando apenas para poder sobreviver,
e nisto o perigo de agredir demais.
 
O ataque, a estratégia, olhos fixos.
Depois do calor da fúria, o sangue gelado.
Gotas de tempo, perigo eminente.
Pontos vulneráveis, é matar ou morrer.
 

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 22/11/2009
Código do texto: T1937967
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