Perguntas e Respostas
 
Qual o sentido que encontramos
na falta de objetividade das
nossas emoções?

Por que em meio à claridade do dia
insistem em nos acompanhar
os resquícios da noite?

Por que tendo atingido o equilíbrio,
ainda que secretamente,
desejamos a inquietação?

Por que, vivos,
nos importuna constantemente
a ideia da morte?

Por que, desiludidos,
descobrimos exaustos
a força de um determinismo invisível?

Por que, não tendo como encontrar
o que tanto buscamos,

ainda assim perdemos
tanto tempo nesta obstinada busca?

Por que cobrar-se tanto
por uma necessidade de explicação?

Por que o torturante e incauto desejo
de tudo querer entender?

De modo que fica a dúvida:
Quem é o maior louco?
O obstinado pela busca
que beira a alucinação,

ou o acomodado e feliz
por pensar que nada vê?

E então eis-me aqui a rir
e chorar por mim.

Eis-me aqui a rir
e chorar pelos outros,

pois que tenhamos sorrisos 
e lágrimas por todos nós.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 06/10/2009
Reeditado em 06/10/2009
Código do texto: T1851233
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