Paraísos e Infernos
 
Nem os oníricos
e irrealizáveis paraísos,
nem o terrível inferno dantesco.
Nem as inflexíveis virtudes
que rejeitam a vida,
nem os pecados
que escravizam-nos a ela.
Porque não uma sagrada maturidade,
mas a conclusão do aprendizado
do equilíbrio que liberta.
O tempo denuncia
a presença da divindade. 
Não existe hora marcada,
mas hora esperada.
Todo o potencial
de uma grande árvore
já esta guardado
nos genes da sua semente.
Grande sementeira, são grãos de luzes,
são pequenas fagulhas
que haverão de iluminar um dia.
A limitação do cérebro humano
tentando absorver o impalpável
e liberto pensamento.
Os sentidos esgotados,
o pressentimento que mobiliza
as plásticas emoções, a audição da alma.
Pulsa na efemeridade o grão da eternidade.
Toda a grandeza
dorme, pacífica, no muito pequeno.
Quem sabe se a ilusão
não leve ao sonho
e deste nasça o ideal
que haverá de ser realização.
Nem a culpa que condena
as profundezas dos abismos,
nem o ego que eleva às alturas irreais.
Trilhas por onde passam os muitos destinos. 
Longe vai o início, mas de tão distante
duvida-se do fim, sabe-se apenas do partir,
mas não entende
como há de ser a chegada.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 27/09/2009
Reeditado em 28/09/2009
Código do texto: T1834306
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