Efemeridade e Eternidade

Eterno e efêmero.
Se de um lado nisso
encontra-se a graça da filosofia,

Quantas sombras
não cobrem os dias do cotidiano...

Que seja assim um desejo.
Que exista algo maior
ante o que surge tão menor.

Que a esperança no bem suplante
o desânimo causado pelo mal,

pois não sendo assim,
tudo parece destinado
a um imenso vazio.

A razão é sublime.
Loucura, porém, supo-la ilimitada.

E assim é a ignorância
que faz-se esperança
em saber um dia.

De forma que todo
o imenso questionar
seja intenso desafio.

Entre a vitória e a derrota,
entre a paralisia e o movimento,

então, está a busca que não cessa,
está a exaustão cada vez maior.

Na divisão do ser em corpo e alma,
uma constatação real

ou parte realidade e parte ilusão? 
Ou seria tudo ilusão?

Sei lá... a fé parece rir-se
com um sorriso maroto.

A razão, enraivecida, 
pensa estar sendo zombada.

E quando o conflito
parece ser inevitável

vem a visita do velho
sonho de liberdade,

esse sonho que não morre,
essa sensação que insiste
em viver na imaginação.

Este estranho ser
que parece tão íntimo.

E, por fim, o silêncio
a deixar-se levar pelo encanto
de uma promessa
que quer acreditar que existe.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 26/09/2009
Código do texto: T1833302
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