O Bem e o Mal
Como pode ódio e agressividade
conviverem com amor e afetividade?
A realidade, após constatada,
parece prevalecer sobre
o que fez-se meramente conceitual.
Como entender a configuração
dos temperamentos tropicais,
com virtudes a afrontarem pecados
que desmentem o maniqueísmo
de bem e mal?
Como julgar apenas
com os limites da razão,
se esta mesma parece
evoluir ao longo do tempo?
Pode um semeador de trevas
ser o cultivador a espalhar
sementes de luz num futuro longínquo?
Haverá da obstinação
verter-se em perseverança?
Da vontade individual,
tornar-se dever ao coletivo?
Será possível a verdadeira justiça,
que não leve à condenação eterna,
se não houver a misericórdia?
Será possível a misericórdia
se não houver a efetiva justiça
que permita não banalizar o perdão?
Movimento evolutivo.
Sob as belas paredes
do templo da sabedoria
não haveria o alicerce da ignorância?
Pois não seria lógico supor
que antes de ser,
haveria de ter que surgir,
de efetivamente existir?
E existir é antes força
do que consciência.
Admiti-los nascidos juntos,
seria desconsiderar evolução.
E se assim for,
haverá estranha esperança
de ver no orgulhoso de hoje
o humilde do amanhã,
no impertinente e dogmático
moralista do presente,
o que é cônscio do seu dever,
e dirigido pela ética no amanhã.
Quem sabe, ainda,
que nas estúpidas
vivências de guerras
se crie aversão
que leve ao sagrado
desejo de paz.
Só almeja, de fato, a harmonia
quem vivenciou os transtornos do caos.
Só renuncia quem antes fartou-se.
E por isso só deseja
o afeto e o amor
aquele que reconhece a inutilidade,
a finitude e os malefícios
do ódio sem fim.
Como pode ódio e agressividade
conviverem com amor e afetividade?
A realidade, após constatada,
parece prevalecer sobre
o que fez-se meramente conceitual.
Como entender a configuração
dos temperamentos tropicais,
com virtudes a afrontarem pecados
que desmentem o maniqueísmo
de bem e mal?
Como julgar apenas
com os limites da razão,
se esta mesma parece
evoluir ao longo do tempo?
Pode um semeador de trevas
ser o cultivador a espalhar
sementes de luz num futuro longínquo?
Haverá da obstinação
verter-se em perseverança?
Da vontade individual,
tornar-se dever ao coletivo?
Será possível a verdadeira justiça,
que não leve à condenação eterna,
se não houver a misericórdia?
Será possível a misericórdia
se não houver a efetiva justiça
que permita não banalizar o perdão?
Movimento evolutivo.
Sob as belas paredes
do templo da sabedoria
não haveria o alicerce da ignorância?
Pois não seria lógico supor
que antes de ser,
haveria de ter que surgir,
de efetivamente existir?
E existir é antes força
do que consciência.
Admiti-los nascidos juntos,
seria desconsiderar evolução.
E se assim for,
haverá estranha esperança
de ver no orgulhoso de hoje
o humilde do amanhã,
no impertinente e dogmático
moralista do presente,
o que é cônscio do seu dever,
e dirigido pela ética no amanhã.
Quem sabe, ainda,
que nas estúpidas
vivências de guerras
se crie aversão
que leve ao sagrado
desejo de paz.
Só almeja, de fato, a harmonia
quem vivenciou os transtornos do caos.
Só renuncia quem antes fartou-se.
E por isso só deseja
o afeto e o amor
aquele que reconhece a inutilidade,
a finitude e os malefícios
do ódio sem fim.