Vencendo a Alienação  

O planeta gira na sua indiferença.
A ele não cabe questionar,
mas apenas seguir
a lei de seus movimentos.
Ficam os terrenos zonzos
e cheios de dúvidas,
girando como insetos hipnotizados 
pela luz de uma lâmpada.
Felizes são os tolos
que nada questionam,
são menos sensíveis às suas dores,
ignoram processos racionais.
Loucos são aqueles
que julgam-se capazes
de obter todas as respostas,
a limitação há de torná-los insanos.
Porém, seja a vida um caminho,
faz-se necessário
entendermos os mistérios
guardados por esta estrada.
Fosse possível, deveríamos
levantar os nossos erros e acertos,
avaliar o passado
para construirmos o futuro.
Fôssemos realmente humanos, 
teríamos vontade de voltar ao passado
e corrigi-lo antes da sua realização.
Evolução ou estagnação,
é conclusão clara que o destino
nos leva ao movimento e à atividade evolutiva.
Exaustiva, porém,
a sensação de estarmos
sendo atropelados
por essa atividade
determinista e compulsória.
Daí a necessidade da paz
e do silêncio musical
para, de nossa passividade
meditativa, podermos observar.
Daí ser preciso
conter a individualidade,
mas não dizimá-la
em meio à força
impessoal da coletividade.
Consigamos isto e a senilidade
de saber acabará por encontrar-se
com a juventude dos dias humanos.
E esta dirá que é essencial
ter força individual associada à
consciência de ser integrado e coletivo.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 18/08/2009
Reeditado em 18/08/2009
Código do texto: T1760607
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