O paraíso sou eu

Sou a flor da primavera

Do orvalho sou a gota que cai

No outono sou as folhas ao vento

Partindo sempre sem olhar pra trás

Deixando ser conduzida pelo ar

Invisível e espaçoso, arruaceiro

E chegarei ao meu destino

Guiada pelo cheiro da estrada

Sou o nada

As pegadas deixadas por anônimos

Que em algum momento

Voltarão a fazer o mesmo trajeto

Sendo o principal objeto

Na construção da história desta estrada

Que embora sendo um nada,

Teve em seu chão, vidas

E se fez presente num instante

Da existência de todas elas

Sou a rota da felicidade

A lágrima da saudade

Molhando sutilmente os rostos

O inferno é que são os outros

O paraíso sou eu.

Miss Angel
Enviado por Miss Angel em 31/07/2009
Reeditado em 27/07/2014
Código do texto: T1729794
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