Confissões do Silêncio

E confessar uns tantos segredos
Para logo depois desistir,

Resignando-se em seu silêncio,
Com seus medos e solidão.
 
Ocultando seus sentimentos,
Guardando em si sua poesia.
Temendo a terna sensibilidade,
Acobertando-se em sua razão.
 
E o cérebro tentará conter o coração,
Mas o que fazer com a alma de andarilho?
Com este intenso movimento oculto?
Com este ir e vir que não tem distância?
 
Estranha atração por lembranças.
Por que tanto valor tem o passado?
Seriam recordações ou ilusões?
Vivência real ou idealizações?
 
Quantas noites perdidas a divagar...
E vêm despertar a insônia as horas.
E o dia chega belo e a noite não vai.
E o que era lento fica tão depressa.
 
Fora das quatro paredes do quarto
O ritual de buzinas em festa.
A agressividade educada das ruas.
A superficial linha entre fronteiras.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 05/07/2009
Reeditado em 23/11/2014
Código do texto: T1684033
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