A Grandeza e o Nada

Flutua a vaga nuvem no céu sem fim.
Vai pensamento que, de tão errante,

já vai como que nau perdida.
Como náufrago que perdeu
a esperança,
que apenas
aguarda a morte, 
enganando-se
com a própria solidão. 

Na certeza dos predestinados,
nas dúvidas dos descrentes,
pois que tudo se torna tão pouco.
E zomba por ser tão pequeno
ainda ter quem acredite em grandeza,
pois que ela parece tão concreta.
Entretanto, engana, é pura ilusão.
Num jogo de mentiras bem contadas,
d
e verdades que não tiveram graça.
Por imperícia da fala,
por fraqueza
do argumento,
daí a tolice
em crer no falso,

pois, embora ilusório,
tem um brilho encantador.
Brilho de pedra falsa.

Coração de pedra.
Alma de pedra.
E pedras não têm alma.


Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 31/05/2009
Reeditado em 16/09/2009
Código do texto: T1624688
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