Céu e Inferno
Vozes da noite.
Não sendo um gigante, nem um anão,
não tendo a rebeldia do guerrilheiro,
nem a apatia do alienado.
E é tão fácil visualizar os opostos,
como difícil é encontrar o meio termo.
Seriam efetivamente duas opções,
ou haveria uma mediana?
Seria, então, apenas mais esta terceira,
ou haveria muitas possibilidades entre os extremos?
Bastaria um decidir racional, ou
haveria influência da emoção?
Creio serem muitas as possibilidades.
Creio serem tantas,
que talvez convidassem
os menos persistentes para a fuga.
Sendo assim, talvez criássemos traumas,
trevas em meio à luz,
noite em meio ao dia,
gerando noites preocupadas com o dias.
Criando insônias onde divagar
do abismo para as estrelas longínquas.
Descobrindo a distância,
desafiando o próprio medo
e voando em pensamento.
Ganhando olhos de ver ao longe,
despertando amor pela própria pequenez.
Pressentindo o infinito tamanho
onde está mergulhado,
confundindo-se, entretanto,
sentido-se por demais insignificante.
Humilhando-se de alguma forma,
imobilizando-se, abandonando o voo.
Tendo algo como que vergonha de si mesmo,
para, então, concluir
que esta vem de seu orgulho.
Descobrindo em meio a uma lágrima oculta,
o quão longa é a caminhada.
Novos conflitos, sentimentos volúveis
como as fases da lua.
Tentar entender o mundo,
descobrindo-o bom e ruim ao mesmo tempo.
Uma vontade de ficar se confrontando
com a atração pelo desafio de ir.
Algo na consciência lhe denuncia oculta culpa,
impulsionando-o a ir.
Dói-lhe a coluna. Complexo de Atlas,
sente o mundo sobre as costas.
Insuportável tamanho peso.
Desinteressa-se pelo viver cotidiano,
mas sabe ser preciso encontrar
um objetivo para viver .
Não lhe basta o viver do dia-a-dia,
existe uma incômoda sede
de perdido no deserto.
Não sabe sede de quê,
mas o deserto parece local propício,
pois precisa de ajuda,
precisa ser salvo por outrem,
já que parece perder-se de si.
Individualidade errática,
que tanto busca certezas
e vive mergulhada em dúvidas.
Poderia abandonar o questionamento,
mas com fazê-lo,
se é nele que parece encontrar alimento,
se não sacia sua fome?
Ao menos assim se consola,
permitindo prosseguir
na compulsória estrada.
Seria um zumbi condicionado
ou a inquietação aturdida e chocada?
Qual o porquê da vida?
Religião, filosofia, ideologia...
embriaguez cerebral.
O tempo insiste em andar muito depressa,
sente-se atropelado.
Quer se adaptar,
mas tudo muda continuamente,.
Quer paz, mas existe luta.
Onde? Quando? Por quê?
Interrogações, muitas interrogações...
Corpo e espírito.
Numa ansiedade tão ruim
quanto parece ser necessária,
como se fosse combustível
para a busca da verdade.
A tal verdade,
que ora parece oculta, ora visível,
ora traz percepção,
ora traz inexplicável saudade.
Inexplicável por ser sujeito oculto,
pois só procura quem não encontrou.
Nova dicotomia,
o ser parece ter mais de uma face.
Concluindo estranho o desejo
de reencontro com o espírito.
Vozes da noite.
Não sendo um gigante, nem um anão,
não tendo a rebeldia do guerrilheiro,
nem a apatia do alienado.
E é tão fácil visualizar os opostos,
como difícil é encontrar o meio termo.
Seriam efetivamente duas opções,
ou haveria uma mediana?
Seria, então, apenas mais esta terceira,
ou haveria muitas possibilidades entre os extremos?
Bastaria um decidir racional, ou
haveria influência da emoção?
Creio serem muitas as possibilidades.
Creio serem tantas,
que talvez convidassem
os menos persistentes para a fuga.
Sendo assim, talvez criássemos traumas,
trevas em meio à luz,
noite em meio ao dia,
gerando noites preocupadas com o dias.
Criando insônias onde divagar
do abismo para as estrelas longínquas.
Descobrindo a distância,
desafiando o próprio medo
e voando em pensamento.
Ganhando olhos de ver ao longe,
despertando amor pela própria pequenez.
Pressentindo o infinito tamanho
onde está mergulhado,
confundindo-se, entretanto,
sentido-se por demais insignificante.
Humilhando-se de alguma forma,
imobilizando-se, abandonando o voo.
Tendo algo como que vergonha de si mesmo,
para, então, concluir
que esta vem de seu orgulho.
Descobrindo em meio a uma lágrima oculta,
o quão longa é a caminhada.
Novos conflitos, sentimentos volúveis
como as fases da lua.
Tentar entender o mundo,
descobrindo-o bom e ruim ao mesmo tempo.
Uma vontade de ficar se confrontando
com a atração pelo desafio de ir.
Algo na consciência lhe denuncia oculta culpa,
impulsionando-o a ir.
Dói-lhe a coluna. Complexo de Atlas,
sente o mundo sobre as costas.
Insuportável tamanho peso.
Desinteressa-se pelo viver cotidiano,
mas sabe ser preciso encontrar
um objetivo para viver .
Não lhe basta o viver do dia-a-dia,
existe uma incômoda sede
de perdido no deserto.
Não sabe sede de quê,
mas o deserto parece local propício,
pois precisa de ajuda,
precisa ser salvo por outrem,
já que parece perder-se de si.
Individualidade errática,
que tanto busca certezas
e vive mergulhada em dúvidas.
Poderia abandonar o questionamento,
mas com fazê-lo,
se é nele que parece encontrar alimento,
se não sacia sua fome?
Ao menos assim se consola,
permitindo prosseguir
na compulsória estrada.
Seria um zumbi condicionado
ou a inquietação aturdida e chocada?
Qual o porquê da vida?
Religião, filosofia, ideologia...
embriaguez cerebral.
O tempo insiste em andar muito depressa,
sente-se atropelado.
Quer se adaptar,
mas tudo muda continuamente,.
Quer paz, mas existe luta.
Onde? Quando? Por quê?
Interrogações, muitas interrogações...
Corpo e espírito.
Numa ansiedade tão ruim
quanto parece ser necessária,
como se fosse combustível
para a busca da verdade.
A tal verdade,
que ora parece oculta, ora visível,
ora traz percepção,
ora traz inexplicável saudade.
Inexplicável por ser sujeito oculto,
pois só procura quem não encontrou.
Nova dicotomia,
o ser parece ter mais de uma face.
Concluindo estranho o desejo
de reencontro com o espírito.