Terapia de mim

Acho que está faltando vida em mim

Até um muito de coragem

De perceber que o caminho tomado

Mais uma vez não foi o ideal

Ou se perdeu no meio da trilha

Quem me contou?

Foi meu corpo, é ele que me alerta

Ele faz o papel da psicóloga

Que entrou num jeep

Pra fazer as trilhas dela

E foi embora...

Não por causa das minhas neuras

Não? Sei lá. E se foi? Deve ter as dela...

O fato e que ela pôs o pé na estrada.

E seu eu perceber bem...

Ela pode ser um exemplo.

Outro? Sim, outro.

Eu preciso de mais um exemplo

De mais uma estrada

Perceber que a última vaquinha

A mais recente... pode sim ir pro brejo

Aprendi lições com a mais recente

Experiência...

E não é proibido tomar outro caminho

Faz parte enterrar tudo ou queimar

Esta coisa que não deu certo

Não trouxe os resultados que imaginava

E pior... que já tá me fazendo mal

Tenho que fazer uma trouxa

De toda essa coisa que faz mal

Ao meu corpo, a minha alma

E renovar, buscar outro rumo

Tentar novamente

Que difícil falar isso

Olhando, sem pena, pro espelho

Se faz mal, tem que ser descartado

Se não tem como fazer bem

Esse troço perdeu

Coragem, coragem, coragem

Pra mudar de rumo...

Mas nessa mudança posso

Voltar ao tempo que era feliz e não sabia?

Claro que pode!

Identifique e retorne vinte casas

Como no jogo de ludo e tira esse fardo

Das costas sem ter de dar satisfação

Opa... dê satisfação a si sim

Volte ao ponto da alegria

Que ficou naquela esquina antes do buraco

Antes dos pesadelos

Visite a vida de alegria, os sonhos

Tá bom, tá bom...

Quero identificar, cirurgicamente, ao ponto

E tomar outro rumo dando satisfação só

A você, meu eu, meu ego, meu id

Sei lá desses caras que vivem em mim

Essa ideia está me fazendo bem:

Retornar ao ponto de alegria

Retomar as rédeas nas mãos dos sonhos

Quando eu era feliz e não sabia

Mas quando mesmo eu era feliz e não sabia?

Sei lá, pensa aí, dá uma trégua

Para essa interface razão, emoção

E sinta...

O que eu quero fazer de novo?

Onde foi mesmo aquela bifurcação?

É preciso lembrar que o retorno é a volta

Ao ponto em que você tinha as rédeas

Porque só você, meu eu, pode ser sujeito

Pode ser que não haja como trazer pessoas ou coisas ou presentes do passado

Viaje ao passado, perdoando-o

Enterrando mágoas, encotrando o tesouro:

Seu sorriso e seu corpo leve de alegria

Fique livre para apagar rastros

E voltar ao ponto de desencontro da alma

Permita-se, meu eu de agora

Permita-se fazer caminhos novos

Trilhas novas, mesmo que conhecidas

Não responsabilize ninguém

Mas também não se culpe

Você não conhecia as curvas, não sabia

É perdoável, é possível voltar

Afinal, você está vivo

Respira, vê, inala, reconhece

E tem outra chance, outras

Porque viver permite uma sequência

De fracassos

Entregue-se ao perdão

Renove-se... mas, se possível, pense,

Lembre-se do ponto de alegria

Perdido, esquecido no mapa da sua trilha. Meu eu...

Liberte-se.

Faça o que você teve medo de fazer

Tome as atitudes que receou equivocadas

O equívoco está diagnosticado pelo corpo

Marcado na alma

Olha pra dentro de si

Respire, olhe, respire

Vá ao encontro do ponto mais recente

Da sua alegria, meu Eu

Em que momento você era feliz

E não sabia? Ou crie uma nova estrada...

Novíssima que conforte seu coração

Que desperte alegria ou sorriso novo

Reze, abra o coração

Permita-se sonhar de novo

O seu sonho que pode te fazer

Reencontrar, dar de cara com a missão

Perdoa-te, meu Eu

Ainda há muita estrada

Luciano Villalba Neto
Enviado por Luciano Villalba Neto em 14/01/2024
Código do texto: T7976004
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