Profecia
No frio da torrente, na calidez da estiada ou na brisa soprada a alma abalada lamenta o passado e rejeita a estada. Súplicas de afagos ao vento; alimento para uma vela rasgada.
Agridoces memórias, travados sorrisos e olhares perdidos; distintos de outrora. Saudosos momentos!
Agora, sossego e tormento na mesma morada.
Bendito e temido é o tempo. Devora seus filhos mas doa o sol que aquece e guia com um brilho que queima e cega o prostrado na régua do trilho; sem dó!
A lua, ente então desejado, é dada como presente.
A saudade é doída e flerta com o apego que reabre a ferida da flecha lançada, fincada, extirpada e esquecida; sentida e mantida pelo frescor da ilusão.
O profeta avistou um navio! Dos seus olhos profundos, rios ao peito.
O querer do despeito despontou na despedida que convida ao zelo, ao brio e ao perdão.