Profecia

No frio da torrente, na calidez da estiada ou na brisa soprada a alma abalada lamenta o passado e rejeita a estada. Súplicas de afagos ao vento; alimento para uma vela rasgada.

Agridoces memórias, travados sorrisos e olhares perdidos; distintos de outrora. Saudosos momentos!

Agora, sossego e tormento na mesma morada.

Bendito e temido é o tempo. Devora seus filhos mas doa o sol que aquece e guia com um brilho que queima e cega o prostrado na régua do trilho; sem dó!

A lua, ente então desejado, é dada como presente.

A saudade é doída e flerta com o apego que reabre a ferida da flecha lançada, fincada, extirpada e esquecida; sentida e mantida pelo frescor da ilusão.

O profeta avistou um navio! Dos seus olhos profundos, rios ao peito.

O querer do despeito despontou na despedida que convida ao zelo, ao brio e ao perdão.

Jailson Ribeiro
Enviado por Jailson Ribeiro em 02/08/2022
Código do texto: T7573738
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