Vinho Freudiano
Escrevo esta imprudente carta
Àqueles que um dia ofendi
Se viver não fosse perdoar e amar,
Por que eu então estaria aqui?
Peço perdão pelo copo quebrado,
Pela taça de vinho na mão,
Pelo status de embriagado,
Embriagado de tanta razão
Perdão pelo vício da lógica
Ao qual, eu mesmo, não devo
Nada além do que foi firmado
Com aqueles para quem eu escrevo
A porção da razão me enganou
A síntese vem como um frio
Que preenche, apaga as emoções
E deixa o copo vazio
Mas então se eu quebro o copo
E a cegueira da minh'alma se vai
O fervor ressurge das cinzas
O Perdão e o Amor encontrai