MEU GOSTO DO PERDÃO
Descobri o gosto do perdão já fruto maduro,
já páginas e páginas viradas,
já muitos ritos cerzidos e cozidos.
Entendi a grandeza de suas vértebras
depois de tombos tantos que perdi a conta,
depois de verdades me untarem de cabo a rabo.
Senti as asas do perdão na hora certa,
com o coração em maré mansa
com a alma rimando sem errar nenhum tom.
Mergulhei nas asas do perdão algodoando os cabelos,
sem aquela soberba de que só têm a aprender,
sem os medos das veias do caminho.
Ancorei nas asas do perdão antes da morte se aconchegar,
antes da vida se cansar de mim,
antes do amor fugir de vez.