MEU GOSTO DO PERDÃO

Descobri o gosto do perdão já fruto maduro,

já páginas e páginas viradas,

já muitos ritos cerzidos e cozidos.

 

Entendi a grandeza de suas vértebras

depois de tombos tantos que perdi a conta,

depois de verdades me untarem de cabo a rabo.

 

Senti as asas do perdão na hora certa,

com o coração em maré mansa

com a alma rimando sem errar nenhum tom.

 

Mergulhei nas asas do perdão algodoando os cabelos,

sem aquela soberba de que só têm a aprender,

sem os medos das veias do caminho.

 

Ancorei nas asas do perdão antes da morte se aconchegar,

antes da vida se cansar de mim,

antes do amor fugir de vez.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 23/12/2021
Reeditado em 23/12/2021
Código do texto: T7413243
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