Penitência

Queres perdão, e o tempo não perdoa.

A vida que vendeste inutilmente

relembra da memória o preço à toa.

E a vida que tu levas em ti voa

feito folha a dançar inconsciente.

Queres perdão, e o tempo não perdoa.

O tempo te pergunta se foi boa

a intenção dos teus atos evidentes.

Relembra da memória o preço à toa.

E esse preço qual pena amarga soa.

Ah, te arrependes de alma penitente!

Queres perdão, e o tempo não perdoa.

Causas vãs que puseste mil coroas

te observam com desdém nunca clemente.

Relembra da memória o preço à toa.

Oh, mas eu te perdoo, embora doa

ver que de coração posto à tua frente,

queres perdão, e o tempo não perdoa.

(Embora eu te ame em preço nunca à toa!)

Pedro Marrocos
Enviado por Pedro Marrocos em 18/07/2021
Código do texto: T7301845
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