Deus sabe o quanto me perdi
Um nó entalado na garganta,
que não desceria nem entupindo os pulmões.
Meus olhos antes serenos,
agora estão tão vermelhos.
E eu me olho no espelho
e não, não vejo solução.
Para quem sou eu,
para o quê quer que
seja "eu".
E até te entendo
quando quiseras partir então.
Eu também partiria,
mas só, e oh, apenas se
eu pelo menos conseguisse.
(Me afastar de mim mesmo)
E o filho pródigo me viu
e riu de mim,
oh meu Deus,
e ele estava tão certo.
O quê fazer então?
Com essa triste carcaça
de sangue e carne,
do mais miserável dos homens?
E o que há de bom na vida?
Feliz os que ainda não são,
e nunca serão.
Deus sabe,
o quanto eu me perdi.
E quanto meu coração
triste e solitário
caindo entre os barrancos
no meio da cólera do homem insano
e eu sorri e pensei
"Oh meu Deus,
aquele idiota sortudo caído no chão,
morto.
Poderia ser tanto eu,
por que nunca eu?
Por que não eu?"
Você entende amor meu?
E eu te verei então
no meio da multidão
com pedras na mão.
Hmmm
com pedras
nas mãos.