PERDÃO
Pelo meu olhar desencantante
Que há anos vem te observando
Por não ter sido arfante
Enquanto fui te mirando.
Pelo meu olhar indiferente
Por anos que passei sem te avistar
Sou como toda a gente
Falo de ti, mas não te sei amar.
Abundas na natureza
Tua fulgência é notória
Ostentas uma beleza
Que acaba sendo ilusória.
O escrever deu-me a luz
Abriu-me os olhos cegados
Hoje o que és me seduz
Contrário dos anos passados.
Já não enxergo sem te ver
Já não cheiro sem te sentir
Sempre foste omnipresente
Sou eu que me estava a mentir.