Tua memória 
uma remissão poética 
Engastada nos cantos,
Nas gavetas
Arquivadas na vida é
Seus pesares.

Tua memória  onírica 
Repleta de angústia, 
De lágrima desidratada
Da ansiedade escorrendo
Por ceias hipertensos

Nada resta
Somos escravos
Com grilhões invisíveis 
Fadados a perseguir a sina
Inconsciente, cega e
Estúpida. 

É irremediável 
O fim e a versão 
aos quais estamos submissos

Nada resta
A não ser o que registramos a tinta,
Por fonemas ou
Bravatas inflamadas.

Interpretamos tudo
Desde o vapor d'água,
o orvalho de manhã,
O silêncio dos olhos,
A fala das estrelas
E o romance da lua.

Enquanto o tempo
Nos torna breves
E longo o suplício 
De existir sob
Misericórdia e perdão. 



 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 28/08/2020
Código do texto: T7048674
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