*Linha do tempo

sinto um sentimento que não é saudável

e me prendo a mesma sonoridade de uma poesia que nasceu há duas semanas

e só agora notei isso

tenho vontade de chorar mas mais que essa vontade

a de me livrar desse olhar de ver de fora

de julgar de longe de apontar

e de olhar redes que me trazem essa aparência e deficiência

em que humano se estabeleceu.

a rede que eu gostaria é a da sala e não deitar sozinha,

e um ano talvez seja capaz de esvaziar toda a mágoa,

só saberei daqui cinco meses,

quando acabado se estará acabado. como o hormônio que vem no fim do ciclo

e o que não vem anterior á ele,

não consigo controlar estar de cara amarrada ou juvenil botando fé em mim

e no mundo.

estou tremendo e não é de frio, é de uma sensação que amarga a boca e

e o dia todo eu disse coisas boas

pra agora me corroer sendo horrível por pensar toxicidades atoa.

eu não perdoei e ainda me faz mau esse lance de ter terminado e ainda fazer mau,

talvez eu devesse praticar mais exercícios, pra suprir a felicidade

que não vem de outro lugar, a não ser do correr e do suar

talvez eu devesse meditar,

não stalkear e bloquear do navegador o que não seja aúdio

nem visível, devesse só estudar,

e quem consegue SÓ estudar?

talvez eu devesse ligar e desejar bom dia,

mas gostaria que fosse de coração

e daí eu devo jogar o celular longe e ignorar existências e se alguém fizer menção

não, hoje não.

me sinto inútil e com gás hélio inflando o peito com ar que esvazia do pulmão,

eu quero mudar o tom dessa poesia, pra que não existe ainda não,

mas me prendi ao passado tantas vezes,

que fico entre o otimismo, com nojo de sentir inveja e a inveja no bolso,

ao lado, um vazio que não cabe ao gosto que lembrei de agosto

hoje nessa quarta não começada de madrugada

gosto de amargo que não é gostoso, é amargurado

depois de ter me distanciado, esse sentimento embaraçoso

que fugir de mim é viagem,

as pessoas se distanciam e mudam rápido

achei a procura e quanto mais tento me encontrar me sinto perdida e insegura,

esse é um poema que terei medo de postar.

me digo com quem ando e me direi quem sou,a gora que sei que a pratica implica

em convivência e se demorar. tardei, sofrimento, eu QUERIA ser mais

mas preciso querer

não fazer pra ser melhor, se não qual a diferença do seu ego pro meu

que lutava pra ver qual vencia o melhor.

como fazer cessar o todo tóxico que voltou a insistir hoje?

volto então a me distanciar,

a buscar o equilíbrio de propagar a arte sem me atolar na aparência de uma linha do tempo virtual.

04/março/2020

Beleléu Leléu
Enviado por Beleléu Leléu em 18/08/2020
Código do texto: T7039275
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