carangueijo
Como eu poderia ser só fria e séria e dura?
se faço poesia seguida de poesias.
como a casca mascarada ser raivosa e até fechada,
sem sombra de luminosidade de amor e de energia?
meu amor é como o fazer que me provoca tesão,
querer mudar o mundo me excita
me incita a parar de esperar
e ir até onde o coração indica,
no momento, no impulso e se pensar em arrependimento
não há movimento.
como eu poderia ser insensível se por dentro da casca
sinto tanto e sinto e não minto
ao dizer que da fachada omito,
o romantismo de uma desconstrução que quer construir e fazer morada
e que lido bem com minha raiva
além de tê-la, sei controlá-la, usá-la ao meu favor nem sempre encorajada
o amor é meio da vida de se manter e sem ele somos nada,
sem a raiva eu não seria o que sou
mas aprendi cedo o que era ela e
hoje só entendo a calma, quando só a calmaria
a solitude de se distanciar da raiva mais amarga e do desafeto que temia a palma
da mão no peito no coração na canção e na pele não acariciada.
nunca me beijei e teria medo também de tocar alguém
que tem medo de tocá-la
exercito o perdão do meu antigo eu, agora que saquei que há vestígios,
pra te perdoar por ter participado disso.
27/fev2020