Ainda posso te pedir perdão?
Brigamos, discutimos, nos machucamos.
Viramos a cara, magoadas pelas palavras ditas num momento de raiva.
Jogando indiretas e piadas uma sobre a outra.
Fazendo um jogo de poder onde as duas saem perdendo.
Um jogo que mães e filhas não deveriam fazer.
Não gosto de me expor, não gosto de me abrir, não gosto de viver.
Viver num lugar sem aquela chama de amor e carinho
é a mesma coisa, de viver no deserto do Alasca.
Me sinto sozinha desde que fui embora,
mas quando me manda mensagem, toda vez me apavora.
Me sinto como um passarinho perdido numa floresta onde todas as árvores são exatamente iguais.
Sempre caminhando na mesma direção, sempre vivendo no mesmo círculo vicioso.
Eu abandonei tudo, para esquecer as últimas memórias que tenho daquele lugar.
Larguei tudo, por imaturidade de achar que a vida seria um mar de rosa.
Agora sei que não é...
Nós duas brigávamos demais, discutíamos demais.
Eu só queria sentir o calor que me diziam ser bom,
eu só queria ouvir uma frase bonita inesperada,
eu só queria sorrir mais ao seu lado,
eu só queria ser seu melhor sonho se transformando em realidade.
Eu só queria ter momentos alegres, momentos de amor.
Seu eu pudesse mudar algo, mudaria as lembranças ruins.
As lembranças que batalho hoje sozinha para esquecer.
Decidi sair, mas não me lembro de ter deixado a porta aberta para quando eu voltar...
E é por isso que eu te pergunto:
Ainda posso te pedir perdão?