Do fundo do poço para além do infinito

Chegado havia o tempo

do confronto consigo mesmo,

a realidade o apunhalava

e, perdido, vivia a esmo.

Uma decisão seria tomada

e para o grande miserável

seria tudo ou nada

ou seria puro ou execrável.

Foi sua vida destruída

lançada ao fundo do poço

e ele não via mais saída

com um letárgico esforço.

Mas ainda havia um futuro

que, embora não existisse

era cheio de esperança,

a salvação de sua sandice.

Oh, quanto tempo foi perdido,

na prisão da mocidade,

prazeres efêmeros que sentia

não lhe davam liberdade

Nas trevas, aprisionado,

os grilhões da morte o feriam,

era triste e, massacrado,

seus sonhos nobres sucumbiam.

A vida, aos poucos, ia embora

e ele empalidecia de terror,

e ate pelo ar que respirava

gratidão não demonstrou.

Então, deles se lembrava

de seus dias antigos,

quando a infância era sua amiga

e o tempo seu amigo.

Andavam juntos, e sorria

por tudo o que sentia

eram flores, eram sonhos

que alegravam os seus dias.

Todavia, eram lembranças que viviam

sepultadas no passado

eram cadáveres, espectros

que assombravam seu estado.

De tristeza, de saudade

de agonia, de esperança

de certeza que a angustia

convidava-o pra uma dança.

Mas subjazia ao desespero

uma chance escondida

e a força da existência

fez dela sua guarida

Pelo medo que o torturava

por socorro clamou aos céus

e a manifestação da graça

destruiu o escuro véu.

Deu sanidade à sua loucura,

livrou-o da morte

Quebrou as cadeias que o prendiam

a sua triste sorte.

Lançou a corda ao abismo,

tirou-o da lama

e para ele a luz da vida

agora é uma chama.

A arder em seu coração,

o sol da justiça resplandece,

é um memorial de compaixão

que para sempre permanece!

Érison Martins
Enviado por Érison Martins em 20/10/2019
Código do texto: T6774402
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