O perdão necessário!

Eu preciso me perdoar por ter permitido que você chegasse

Que me levasse ao céu, mesmo sabendo do meu medo de alturas...

Por aceitar que você fosse

Em meio a meus desacertos, o encontro mais duradouro de uma noite

Eu preciso me perdoar por ter deixado que você ficasse

Mesmo sabendo que você nunca estaria...

Por acreditar em fim de tarde

Quando você se mostrava um por do sol

Eu preciso me perdoar por ter esquecido o tempo

Quando você dizia que viveríamos a eternidade...

Por não ter dado um basta às promessas

Que você fez sem nenhuma intenção de cumpri-las.

Eu preciso me perdoar por ter sido, infelizmente, feliz

Enquanto você, simplesmente, vivia!

Por não perceber “a real”

Que você, claramente, demonstrava com sua vida

Eu preciso me perdoar pela cegueira ativa

Que contraí ao conviver com você

Por esquecer “as diferenças”

Que você afirmava serem “detalhes”

Eu preciso me perdoar por todo o espetáculo que fiz

Sem perceber que você era protagonista de outra cena.

Por não ter limitado meus risos

Por entender que você seria feliz comigo!

Eu preciso me perdoar por ter estacionado minha vida

Para tentar acompanhar a tua, sem freios.

Eu preciso me perdoar...

Para que eu possa perdoar você

Por ter me lançado ao abismo

Enquanto eu ainda não sabia voar!

(Joana D´Arc Almeida)