Perdoe meu romantismo!

Não vou parar diante do bloqueio,

Nem da loucura de viver outra vida,

Em cada letra, cada palavra, um anseio

Uma partícula de mim é dividida.

E não tenho culpa se não são para ti

Todos os versos que componho...

Seria um sonho, mas eu nunca consegui!

Então aqui, agora, contrito me ponho

Sem tentar explicar a luz d'um trovão

rasgando os céus em meio a tempestade

atingindo certeiro meu frágil coração,

humilde me ponho a vossa potestade

Eu me pergunto, por quantas vezes?

Quantas tempestades suportaremos

Passaram -se dias, semanas, meses...

Em mais uma discórdia entraremos ?

Aceito teu ser, sua majesto – forma

Desde que conviva com o Eu – pitoresco

Que em teus rosados lábios se deforma

Peço: Conforma com meu Eu – Romanesco!

Não me deixe ! porque sou jarro,

trincado, vazando pelos meus buracos

Irregular, velha massa de barro,

Serás a Oleira que juntará meus cacos?

Nem água fica muito tempo parada

No interior desse que lhe suplica:

Me mantenha cheio com tua risada!

Teu sorriso, sim , esse me multiplica!

Rafael L. Ribeiro

LEAFAR
Enviado por LEAFAR em 03/07/2019
Reeditado em 03/07/2019
Código do texto: T6687627
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