Perdoe meu romantismo!
Não vou parar diante do bloqueio,
Nem da loucura de viver outra vida,
Em cada letra, cada palavra, um anseio
Uma partícula de mim é dividida.
E não tenho culpa se não são para ti
Todos os versos que componho...
Seria um sonho, mas eu nunca consegui!
Então aqui, agora, contrito me ponho
Sem tentar explicar a luz d'um trovão
rasgando os céus em meio a tempestade
atingindo certeiro meu frágil coração,
humilde me ponho a vossa potestade
Eu me pergunto, por quantas vezes?
Quantas tempestades suportaremos
Passaram -se dias, semanas, meses...
Em mais uma discórdia entraremos ?
Aceito teu ser, sua majesto – forma
Desde que conviva com o Eu – pitoresco
Que em teus rosados lábios se deforma
Peço: Conforma com meu Eu – Romanesco!
Não me deixe ! porque sou jarro,
trincado, vazando pelos meus buracos
Irregular, velha massa de barro,
Serás a Oleira que juntará meus cacos?
Nem água fica muito tempo parada
No interior desse que lhe suplica:
Me mantenha cheio com tua risada!
Teu sorriso, sim , esse me multiplica!
Rafael L. Ribeiro