“Na sacada”
Roma 17/02/2019
Sentado na sacada
O sol não me deixa enxergar
Enxergar as coisas
que existem lá fora
Com os olhos fechados
me sinto no ar
Quais são as coisas que posso dizer?
Quais são as coisas que devo calar?
Tantas coisas que quis esquecer
Não posso esquecer mas devo curar
Até onde vai o meu dever?
O quanto de cura posso encontrar?
Tudo é tão claro
Tão claro agora
Tão claro
Que nem o sol poderia explicar
Quem dera ele pudesse dizer
Todas as vezes que me viu silenciar
Coisas que nos fizeram sofrer
Todas as coisas
Que não consegui te mostrar
Olho em direção a luz
Uma sentida canção
se espalha no ar
Dentro de mim
uma luta serena
Às vezes pequena
Às vezes um mar
Oh vento me sopra pra dentro
Oh vento acalma meu mar
Oh vento me leva de mim
De telhado em telhado
eu quero pular
Sentimentos ruins
Ervas daninhas
Dia após dia
poluem meu lar
Luz e sombra
contemplam meus dias
Sombra bem vinda,
se bem compreendida
Luz que perdoa
sem nada esperar
Olhos fechados
Sentimentos sinceros
Olhos abertos
Me fazem chorar
Fechados
Abertos
Eu sigo meus dias
Coração como guia
Aponta meu lar
Errante
Nem sempre sigo as linhas
Que ditam meu guia
E sofro
Insisto em esperar
Esperar que me diga
Que te sinta arrependida
E com um abraço me aqueça
Do frio que me fez provar
Esperar por te encontrar um dia
Quem sabe outra vida
Numa próxima esquina
Talvez reencarnar
E nem rastro de orgulho
Em nós encontrar
O sol vai se pondo
E amanhã vem mostrar
Sempre teremos outra via
Se assim como o dia
Amanhecer outro olhar
Luz
Sempre com luz
Seremos sempre levados
A fazer diferente
E melhor.