DESCULPEM-ME
Aos que não reconheci na rua, no meu passar ligeiro,
Por causa de minha cabeça baixa, meu olhar passageiro,
Por minha desconfiança, medo do futuro,
Comportamento de criança, preso entre muros.
Aos que não foram respondidos ao me saudar
Pelo meu sorriso brando, sem pouco acento,
Pelo meneio fraco de meu corpo desconexo,
Pelas minhas faltas, desculpas, eu peço.
Aos que me conheciam e eu desconheci,
Aos que fizeram parte de mim e com quem convivi.
Perdoem essa simples e grave falha,
Perdoem minha cabeça de gralha,
Meu pensamento errante.
Por um instante, por um momento, percebi
Que tenho poder de magoar.
Quero partir sem dívidas, decidi, sem rancor,
Mesmo que difícil seja, me perdoar
Por motivos que for.
Valdir Lopes
(in memoriam de minha tia-avó Edith Lopes Rangel)
Aos que não reconheci na rua, no meu passar ligeiro,
Por causa de minha cabeça baixa, meu olhar passageiro,
Por minha desconfiança, medo do futuro,
Comportamento de criança, preso entre muros.
Aos que não foram respondidos ao me saudar
Pelo meu sorriso brando, sem pouco acento,
Pelo meneio fraco de meu corpo desconexo,
Pelas minhas faltas, desculpas, eu peço.
Aos que me conheciam e eu desconheci,
Aos que fizeram parte de mim e com quem convivi.
Perdoem essa simples e grave falha,
Perdoem minha cabeça de gralha,
Meu pensamento errante.
Por um instante, por um momento, percebi
Que tenho poder de magoar.
Quero partir sem dívidas, decidi, sem rancor,
Mesmo que difícil seja, me perdoar
Por motivos que for.
Valdir Lopes