HOJE EU TE VI
Entrei entusiasdamente e me embrenhei entre os livros
das estantes da biblioteca.
Cada título fazia meu coração palpitar,
acelerando minhas partículas de tanta vontade
de devorar tão precioso doce encanto.
Um aroma cheiroso pairava nos corredores
do ambiente que deveria ter cheiro forte de mofo e poeira,
aguçando a renite alérgica que me faz espirrar.
Peguei um, dois, três livros do mais bom gosto
que eu poderia ter pela literatura,
mas havia algo diferente naquele lugar mal frequentado.
O cheiro se tornou nada quando pude ver,
entre os livros dispostos nas fileiras das estantes,
aquele conhecido seblante que um dia já me fizera sorrir.
Talvez também tenha me visto naquele instante,
mas se viu preferiu disfarçar
ou faltou-lhe a coragem de se aproximar.
Uma certa vontade de te dizer algo me inundou,
mas o orgulho forte preponderou
Pegou o elevador e desceu,
E eu?
Perdi a chance de mais uma vez
mostrar para mim mesmo
Que o amor verdadeiro é capaz de perdoar.