MEU ERRO

(para minha filha Raquel na ocasião dos seus trinta anos)

Onde estará o erro? A falha que se comete?

Só uma brincadeira, uma folgança,

para sempre a relação compromete

entre o adulto e a criança.

Os traços são claros, evidentes.

Os heterozigotos é que nos pregaram peças.

Não nos fez com semelhantes caras,

mas, tal e qual nos deu as mentes.

A cor dos olhos não diz nada,

são alelos dominantes, um para quatro, cada.

O registro das cores é complexo,

conta com a poligenia sem nexo.

Veio juntar-se a nós, compor família,

minha, nossa, filha desejada,

concebida com amor, esperada.

Provocante aventura de criar. Biofilia.

Trago comigo essa mancha e o dano.

Carrego esse peso, sem dolo.

Sofro por isso e imploro

desculpa esse pai insano.

Tento-te dizer há trint’anos, reticente.

Explicar com a genética simplesmente,

o que coração desde sempre,

já de todo modo sente.

thiticobomfim
Enviado por thiticobomfim em 01/03/2018
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