O Meu Retorno
E já se passaram seis anos desligado.
Das labutas e torturas que a vida impôs
silenciei meus versos, ficou muda a poesia.
Agora ao meu retorno, com o coração mais leve,
disperso, muito vivo e ainda ofegante
percebo ele ainda meio encabulado.
As saudades de uns tempo e outrora
tempos de menino, que pra sonhar não tinha hora.
Saí mundo afora,quis desvendar o desconhecido,
quis entender o que nunca havia entendido,
e lá na curva da estrada, entre a bifurcação
que a vida pede, escolha, razão ou coração.
Dilaceram-me os sonhos e meu ideal já maduro,
Vida vivida a amargas mínguas por ser inquilino,
pesada escolha,pesada sina, simplesmente por
não ter um destino, poesia trancada em malas secas
sem texto, sem cor, pálida esquecida.
Hoje ao meu retorno retiro meu texto todo maltrapilho,
talvez rude porem a certeza que ele é e puro.
Todo ainda meio perdido, volto como a sua melhor descoberta
Deixando os meus pensamentos vagos, a quem vive,
a quem segue amando e a quem amará alguns textos farrapos.
Na esperança senil de grandes conquistas.
Apesar de toda poesia ter quase perdido suas essências
Hoje deixo meu texto como aquarela, em um retrato
que ao poucos dos versos,diz que hoje estou feliz
Retratos de poesias e de momentos vagos
lembranças que deixarei nesse jardim que eu mesmo fiz.