DESMASCARANDO A TRAIÇÃO

Quão doces são os argumentos de defesa, na boca traidora;

Gritante contraste com os amargos oceanos, nos olhos ofendidos;

Supostos motivos de uma carente alma, à mercê de outra sedutora;

São golpes na própria consciência de quem vendeu à falsidade, todos os seus juízos!

Abjeta criatura, essa que adormece feliz ao lado de quem defrauda;

Por ser capaz de até culpar sua vítima, pelas chamas de seu inferno;

Sua íntima cegueira não lhe permite a percepção, do caráter que lhe falta;

Sua dívida com a justiça, render-lhe-á o mais escuro dos invernos!

Aos próprios olhos, eternos míseros, vitimados pela indiferença;

Esquecidos se dizem, por quem atribuem a autoria de suas iniquidades;

Verdades são relativos detalhes, confrontados com suas toscas crenças;

Digo que são almas tolas, cegos desenfreados, a trocar o céu pelo hades!

Não vejo horizontes para a disfarçatez, nem bons presságios à dissimulação;

Atos são sementes, destinos são solos férteis e a vida é tribunal;

Quem são estes que advogam a vontade pessoal, e condenam um coração?

Porventura não seria um ego esquecido de ser são, para tornar-se cúmplice do mal?

Arte complexa essa tal co-existência, digo que seja a arte do viver;

Melhor haveria de ser, se teatros não fossem nossos procederes;

Humanos são os únicos seres, a trair seus parceiros de conviver;

Não me admira serem tamanhos, seus infortúnios e padeceres!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 21/05/2008
Reeditado em 18/07/2008
Código do texto: T999246
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