DESMASCARANDO A TRAIÇÃO
Quão doces são os argumentos de defesa, na boca traidora;
Gritante contraste com os amargos oceanos, nos olhos ofendidos;
Supostos motivos de uma carente alma, à mercê de outra sedutora;
São golpes na própria consciência de quem vendeu à falsidade, todos os seus juízos!
Abjeta criatura, essa que adormece feliz ao lado de quem defrauda;
Por ser capaz de até culpar sua vítima, pelas chamas de seu inferno;
Sua íntima cegueira não lhe permite a percepção, do caráter que lhe falta;
Sua dívida com a justiça, render-lhe-á o mais escuro dos invernos!
Aos próprios olhos, eternos míseros, vitimados pela indiferença;
Esquecidos se dizem, por quem atribuem a autoria de suas iniquidades;
Verdades são relativos detalhes, confrontados com suas toscas crenças;
Digo que são almas tolas, cegos desenfreados, a trocar o céu pelo hades!
Não vejo horizontes para a disfarçatez, nem bons presságios à dissimulação;
Atos são sementes, destinos são solos férteis e a vida é tribunal;
Quem são estes que advogam a vontade pessoal, e condenam um coração?
Porventura não seria um ego esquecido de ser são, para tornar-se cúmplice do mal?
Arte complexa essa tal co-existência, digo que seja a arte do viver;
Melhor haveria de ser, se teatros não fossem nossos procederes;
Humanos são os únicos seres, a trair seus parceiros de conviver;
Não me admira serem tamanhos, seus infortúnios e padeceres!!