GAMA MENOS
quando ensines as mãos estica-as muito a frente
e eles pensaram que ainda, graças a deus, bem os serves;
ou caminhas a seu lado sustentando o pêndulo
como vermelha será amanha tua boca cheia de cimento
Olha os mijos:
caem perto do homem de preto
como apenas a lanterna fica dentro do tubo no reto
mentiram
Mastigas, ao fim, por eles... o que era tua comida
ao tempo que as rosas não são flores como alivio,
vendem outros objectos
mas esses se gastam com uso
e tu precisas tanto,
mas mesmo tanto precisas
um bife no coração um cravo na mão descida
um machado no pescoço ou um cabelo na barriga
dos olhos verdes dela
que navegam sempre na avenida
invejas que tentam,
tenta, tenta... quanto linda é,
e quanto se afeia por dentro... pois tenta, tenta, tenta
chegar ao cimo ao preço que seja.
Mentiram
Nunca lhes compres um beijo
te comerão a vida
e mesmo bem podes tu fugir
fundar alem um paraíso onde os loucos bailem contigo
de maça nos dentes, primavera altiva.
Mentiram,
mentiram
não temos outro remédio...
somos tão ingênuos...doidos
e a eles lhes vence continuamente a ira.