Poema-murado
Muralhas erguidas
Muralhas de plástico
Todos os dias
Magnetizadas
Sem saidas
Revestem contas bancárias
Todos ilhados
Números-muralhas, identidades?
Muralhas semânticas
Muralha de ozonio
Fortalezas quânticas
O sol carboniza minha altivez
Que a pólvora não explode
Meu peito muralha
Que a malha não dissolve
Minha carne desnuda
Meu mundo lunático
Muralhas de pedras
Intergalático
Muralhas de estrelas
Única morada
Muralha do ser
Cidade medieval
O sentir da muralha
De pedra em pedra, muralha erguida
Alimentando a voraz solidão com centeio
Como uma torre no do outeiro cimo
Assim me engano atrás de ardido arremedo
Isolo visão da vista vida, incompreendida
Bloco por Bloco, eu me bloqueio
Com meus sentimentos cobertos de limo
Atrás do granito hipócrita dito medo